Parte II: O papel das PLAQUETAS nas propriedades do L-PRF
- Juliana magro ribeiro
- 11 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

No primeiro post sobre os cinco artigos publicados pelo grupo de Dohan e Chouckroun, verificamos que o L-PRF é composto por uma malha de estrutura diferenciada o que a torna um produto resistente e elástico.
Nesse segundo trabalho os cientistas demonstraram a relação das características da membrana de fibrina do L-PRF, discutidas na primeira parte, com as plaquetas.
Platelet-rich fibrin (PRF): A second-generation platelet concentrate.
Part II: Platelet-related biologic features
As plaquetas são provenientes da fragmentação de megacariócitos. No citoplasma das plaquetas estão presentes os corpos densos e os α-grânulos. Os α-grânulos contêm muitas proteínas, tanto proteínas exclusivas de plaquetas quanto as não específicas de plaquetas (fibronectina, trombospondina, o fibrinogênio e outros fatores de coagulação, fatores de crescimento, imunoglobulinas, etc.). Os grânulos densos contêm cálcio e serotonina, por exemplo.
Durante o processamento do L-PRF por centrifugação, as plaquetas são ativadas e a intensa degranulação implica em uma libertação muito significativa de citocinas. Algumas citocinas liberadas e suas funções podem ser observadas na tabela a seguir:

Como podem ser observadas na tabela, as citosinas plaquetárias têm funções importantes na proliferação celular e na formação de uma matriz celular, características importantes para a remodelação e cicatrização tecidual.
Esse grupo de cientistas relatou, também nessa publicação, que na malha de PRF, as plaquetas estariam localizadas próximas ao coágulo de hemácias (botão de hemácias presas a membrana de fibrina) constatando, portanto, que essa região é relevante no uso do L-PRF.
O que esse trabalho mostrou de mais importante para o entendimento das características funcionais do L-PRF é que a polimerização lenta da fibrina de L-PRF durante o processamento conduz à incorporação intrínseca de citocinas plaquetárias e cadeias glicânicas nas malhas de fibrina (Figura 2). Este resultado implica que o L-PRF, ao contrário dos outros concentrados de plaquetas, seria capaz de liberar progressivamente as citocinas importantes para a formação tecidual durante a remodelação da matriz de fibrina e que tal mecanismo poderia explicar as propriedades curativas clinicamente observadas com o uso do L-PRF.
Ficou curioso/curiosa sobre as demais propriedades do L-PRF relacionadas aos leucócitos?? Aguarde os próximos post.

Figura 2: Modelagem computacional teórica de um coágulo de PRF. Note-se a presença de glicoproteínas estruturais (fibronectina) e citocinas extrínsecas (em solução) na teia da matriz de fibrina. O PRF seria, portanto, muito perto de um trombo de fibrina natural. (1) Citocina intrinsecamente retida dentro das fibrilas de fibrina. (2) citocina de plaquetas em solução (extrinsecamente associada com polímeros de fibrina). (3) fibrina associada a cadeias glicanicas. (4) Glicoproteínas circulantes (fibronectina). (5) Fibrila associada a cadeias glicanicas e citocinas intrínsecas.
Bibliografia: Dohan, D. M., J. Choukroun, et al. (2006). "Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate. Part II: platelet-related biologic features." Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 101(3): e45-50.
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