Parte V: L-PRF no levantamento de seio maxilar: ganho de tempo?
- Juliana magro ribeiro
- 5 de set. de 2016
- 3 min de leitura

Recordando o que foi visto até agora: A membrana de L-PRF tem uma estrutura que permite que nela se ancorem fatores de crescimento e citocinas plaquetárias e leucocitárias, além disso serve de arcabouço/matriz para células tronco circulantes. Por todas essas propriedades, como já foi conversado, o L-PRF pode ser considerado como um biomaterial de cura. Ele possui todos os parâmetros necessários que permitem a cicatrização ideal.
O último dos cinco trabalhos que devem ser devorados por quem quer entender o papel e os benefícios do L-PRF, traz uma análise de levantamento de seio maxilar, nos quais foram utilizados enxertos associados com L-PRF
Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate.
Part V: histologic evaluations of PRF effects on bone allograft maturation in sinus lift.
Quando o assunto é levantamento de seio maxilar, as principais diferenças entre as várias cirurgias consistem no tipo de material de enxertia utilizado e a decisão de se fazer o implante imediatamente ou posteriormente.
Em caso de uma grande atrofia do processo alveolar da maxila, a elevação do seio maxilar e inserção do implante são normalmente realizados em duas etapas: Quando o enxerto ósseo autógeno é usado na cirurgia, leva cerca de seis meses após a cirurgia para o osso transplantado poder receber implante. Alternativamente, os transplantes ósseos autógenos podem ser substituídos por outros componentes ósseos como os enxertos ósseos liofilizado (FDBA). Quando é utilizado o FDBA pode levar até 8 meses para que o novo osso receba implantes. Por se tratarem de procedimentos longos, seria muito benéfico para os pacientes se esse tempo do processo de transplante fosse diminuído.
Então, nesse trabalho testou-se fazer o levantamento de seio com FDBA puro (grupo controle) e levantamento com FDBA + L-PRF e observou-se o tempo de formação óssea.
O desenho experimental dos pesquisadores previu a instalação do implante com 4 meses nos paciente que receberam FDBA + L-PRF e 8 meses com o grupo controle. No dia da instalação do implante foram realizadas biópsias nos ossos que haviam passado por enxertia. Um dos resultados mais interessantes obtidos foi o das análises histomorfológicas. As análises mostraram que as 6 amostras de óssos de enxertos que receberam FDBA + L-PRF e que foram retiradas apenas com 4 meses após a cirurgia mostraram que o osso formado tem praticamente as mesmas composições do osso que recebeu apenas FDBA e foi retirado com 8 meses de cirurgia (Figura 1).
Esse trabalho também mostrou o caso de um (1) paciente testado que teve perfuração na membrana de Schneider e essa perfuração recebeu uma membrana de
L-PRF. O caso desse paciente foi observado por 4 meses.

Figura 1: Comparação da análise histomorfométrica entre ossos enxertados de pacientes que receberam só FDBA (8 meses após a cirurgia) e de pacientes que receberam FDBA + L-PRF (4 meses após a cirurgia)
Esse trabalho mostra que o uso do L-PRF junto com FDBA para aumento do seio maxilar pode acelerar a regeneração óssea e permitir a colocação do implante após apenas 4 meses de recuperação diferentemente dos protocolos que vem sendo utilizados beneficiando, então, o paciente com ganho de tempo. Além disso, a quantidade de material ósseo utilizado para preencher a cavidade do seio maxilar pode ser reduzida de forma segura sem ferir a densidade óssea final. Finalmente, as membranas de L- PRF parecem ser capazes de tratar a perfuração da membrana do seio e permitir a cirurgia de ser completada.
Bibliografia: Choukroun, J., A. Diss, et al. (2006). "Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate. Part V: histologic evaluations of PRF effects on bone allograft maturation in sinus lift." Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 101(3): 299-303.
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