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Parte IV: As propriedades práticas do L-PRF

  • Foto do escritor: Juliana magro ribeiro
    Juliana magro ribeiro
  • 26 de ago. de 2016
  • 4 min de leitura

Como vimos até aqui, o L-PRF é um concentrado de citocinas plaquetárias e imunológicas presas em uma única membrana de fibrina. Estudamos que, embora as citocinas desempenhem um papel importante na biologia deste biomaterial, a matriz de fibrina certamente constitui o elemento determinante responsável para o potencial terapêutico real do L-PRF. Este artigo, o quarto dos cinco artigos que estudam o L-PRF, evidencia o que o L-PRF pode fazer na prática.

Platelet-rich fibrin (PRF): A second-generation platelet concentrate.

Part IV: Clinical effects on tissue healing

Sabe-se que a angiogênese, a imunidade e a cobertura epitelial são essenciais para a cura e maturação dos tecidos moles.

O que é angiogênese? Angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos em um tecido. Para que ocorra a angiogênese é necessário haver uma matriz extracelular que permita a migração, divisão, e as alterações para o fenótipo de células endoteliais. As características da arquitetura da membrana de L-PRF e as citocinas presas na malha parecem ter ação simultânea na formação de novos vasos. Vale reforçar que o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), a angiopoietina e o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) importantes para a angiogênese estão incluídos no gel de fibrina.


Como o L-PRF proporciona imunidade para a lesão?

A fibrina e produtos de degradação do fibrinogênio estimulam a migração de neutrófilos para a local da lesão. Além disso, foi demonstrado que a colonização de feridas por macrófagos é controlada pela fibronectina através das propriedades químicas e físicas da fibrina e por agentes quimiotáticos presos na rede de fibrina.


Por que o L-PRF poderia ajudar na cobertura da lesão?

A matriz de fibrina orienta a cobertura dos tecidos lesados, afetando o metabolismo de células epiteliais e fibroblastos. A fibrina, a fibronectina, a PDGF, e os fatores de crescimento transformantes (TGF-b) são essenciais para modular a expressão da integrina, a proliferação de fibroblastos, e a sua migração no interior da ferida. De forma interessante, foi verificado in vitro que a migração de fibroblastos de rato em gel de fibrina é ótima quando existe um número máximo de ligações cruzadas entre as cadeias de fibrina, o que é o caso da malha de fibrina do L-PRF.


O L-PRF influencia de alguma forma a captação de células tronco?

Os autores demonstraram que uma matriz de fibrina é um suporte ideal para as células-tronco mesenquimais. Ainda, os autores relatam que a matriz do coágulo de fibrina é uma armadilha para as células-tronco circulantes fazendo, então, com que elas fiquem presas no local que foram utilizadas as membranas de L-PRF.


Implicações clínicas


Por tudo estudado até aqui, L-PRF pode ser considerado como um biomaterial a base de fibrinas naturais favoráveis para o desenvolvimento de um microvascularização, sendo capaz de guiar a migração de células epiteliais na sua superfície. Além disso, esta matriz contém leucócitos e promove a sua migração. A sua utilização parece ser de grande interesse no caso de feridas infectadas.

Um exemplo clínico apresentado por Chouckroun, Dohan e colaboradores, é o preenchimento de um alvéolo (soquete) de dente por PRF. Esse caso clínico mostrou que rapidamente houve neovascularização através do coágulo de PRF e uma rápida cicatrização da ferida foi observada sem complicações de dor, secura, purulência (Fig. 1).

Figura retirada e modificada do trabalho: Choukroun, J., A. Diss, et al. (2006). "Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate. Part IV: clinical effects on tissue healing." Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 101(3): e56-60.

Figura 1: Extração do dente e enchimento ósseo no caso de periodontite (A, B) são intervenções delicadas por causa da dificuldade na obtenção de uma cobertura de tecido macio na superfície da lesão óssea. Os alvéolos foram preenchidos com osso alogênico Phoenix (TBF, França) (C). A utilização de PRF como membranas de cobertura (D ) permite uma rápida epitelização da superfície do terreno, neutralizando os fenómenos infecciosas. Quarenta e oito horas de pós-operatório a ferida é totalmente fechada e as suturas são removidas (F)

Outro exemplo de uso do L-PRF foi o preenchimento de uma cavidade após a retirada de um cisto. Quando a cavidade cística foi preenchida com L-PRF, a cura foi acelerada e um dos motivos apontados foi que o L-PRF é capaz de um maior aproveitamento de células-tronco de forma eficiente proporcionando a cura. O caso feito pelos pesquisadores desse trabalho demonstrou que uma cavidade cística preenchida com L-PRF é totalmente curada em 2 meses, em detrimento dos 6 a 12 meses necessários para a cura fisiológica (Fig. 2).

Figura retirada e modificada do trabalho: Choukroun, J., A. Diss, et al. (2006). "Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate. Part IV: clinical effects on tissue healing." Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 101(3): e56-60.

Figura 2: Durante a ablação cística do maxilar (A e B), a cavidade residual foi preenchida com a PRF (C). Dois meses e meio depois, o defeito ósseo é substituído por um osso denso e cortical (D) em vez da média de 10 meses que é utilizada naturalmente. A utilização de PRF permite a aceleração do fenômeno fisiológico


As aplicações clínicas conhecidas da membrana de L-PRF destacam uma cicatrização acelerada dos tecidos devido ao desenvolvimento eficaz da neovascularização que acelera o fechamento da ferida com rápida remodelação do tecido cicatricial e ausência quase total de eventos infecciosos. PRF pode ser considerado como um biomaterial de cura. Ele possui todos os parâmetros necessários que permitem a cicatrização ideal. Estes consistem de uma matriz de fibrina polimerizada em uma estrutura tetramolecular, a incorporação de plaquetas, leucócitos, citocinas e a presença de células estaminais circulante. Assim, a presente pesquisa inicial faz com que seja possível planejar várias aplicações PRF futuros, incluindo cirurgia plástica e óssea


Bibliografia e figuras: Choukroun, J., A. Diss, et al. (2006). "Platelet-rich fibrin (PRF): a second-generation platelet concentrate. Part IV: clinical effects on tissue healing." Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 101(3): e56-60.


 
 
 

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